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MACEDO DE CAVALEIROS - BRAGANÇA

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

A cidade de Macedo de Cavaleiros pertence ao Distrito de Bragança, e está inserida na Região Norte e sub-região de Alto Trás-os-Montes. 
De passagem pelo IP4 em direção a Bragança, quem precisar de abastecer agua na Área de Serviço para Autocaravanas de Macedo de Cavaleiros pode-o fazer com a introdução de uma moeda de 2€. Os despejos das aguas residuais são gratuitos. Está situada nas traseiras das piscinas Municipais. Na cidade de Bragança por traz do Castelo também existe uma Área de Serviço e Pernoita para autocaravanas.Veja as coordenadas desta e de outras Áreas em Portugal Continental na nossa base de dados no Portal AuToCaRaVaNiStA.

 
              HISTÓRIA:

O nome de Macedo de Cavaleiros tem a ver com a designação de terra fértil para maçãs (‘macedo’ em português medieval), bem como ao ato heróico de Martim Gonçalves de Macedo, na Batalha de Aljubarrota. A 14 de agosto de 1385, o Mestre de Avis, futuro Rei de Portugal, é atacado por Álvaro Gonçalves de Sandoval e, ao receber um golpe do castelhano, cai por terra. Apercebendo-se, o cavaleiro Martim Gonçalves de Macedo, desfere golpe fatal ao castelhano e levanta o Mestre de Avis do chão, salvando assim, a vida ao futuro Rei e a nacionalidade portuguesa.

Já Rei, D. João I reconheceu e gratificou Martim Gonçalves de Macedo, e, a partir deste episódio da Batalha de Aljubarrota, o brasão de armas dos “Macedo” passou a incluir um braço vestido de azul, com uma maça de armas de prata. 




O atual concelho de Macedo de Cavaleiros foi criado em 1853. Dez anos depois, a aldeia de Macedo, que já no tempo de D. João V passara a ser reguengo real, recebe o título de Vila. Em 1999, o de cidade. Este é, assim, um concelho recente, com 160 anos de existência, que se estende por uma área de 699,3 km2, composto por 38 Freguesias que agregam 67 localidades. Integra a região Norte (NUT II) e a sub-região do Alto Trás-os-Montes (NUT III). Administrativamente pertencente ao distrito de Bragança, sendo o centro deste e fazendo fronteira com 6 outros concelhos. 

O território concelhio encontra-se em pleno planalto transmontano, com altitudes dominantes compreendidas entre 400 e 800 m, tendo a norte a Serra de Nogueira (1268 m), ao centro a de Ala e a do Cubo, a sul a Serra de Bornes (1199 m) e, a Este, o Monte de Morais. Apresenta uma paisagem com um mosaico cultural diversificado e caraterístico de Trás-os-Montes, onde no planalto predominam olivais, soutos e ainda alguns carvalhais.

As condições climáticas e a fertilidade do solo fazem do concelho um bom produtor de excelentes vinhos, cereais, carne de bovino, ovino e caprino, azeite e castanha. Uma vasta área é Rede Natura 2000, com a particularidade única em Portugal do Maciço de Morais, o “umbigo do mundo”, na gíria dos geólogos, a criar um ecossistema extraordinário com plantas raras. A Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, possível após a construção de uma barragem em 1980-82, é o exemplo de que a ação do homem e a natureza podem ser compatíveis e enriquecedoras do ambiente natural.
Fonte: http://www.cm-macedodecavaleiros.pt/ 


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SORTELHA - SABUGAL - GUARDA

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Sortelha é uma Freguesia Portuguesa pertencente ao concelho do Sabugal, no distrito da Guarda. Esta é uma povoação que assenta num local rochoso e acidentado.
Sortelha Medieval está instalada dentro das muralhas do Castelo. Uma fortaleza bem guardada e actualmente bem preservada já que foram restauradas as casas do seu interior, estando agora a serem utilizadas com bar de apoio, venda de artesanato, alguns pequenos museus particulares com artefactos medievais, etc. O estacionamento e os acessos não são adequados para aparcamento de Autocaravanas, pelo que o melhor é ir ver a pé se tem lugar para estacionar.



            HISTÓRIA:
A primitiva ocupação humana do local remonta à pré-história, possívelmente a um castro Neolítico. Atraídos pela riqueza mineral da região e pela posição estratégica do local, este teria sido sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos. O castelo medieval Castelo de Sortelha, Portugal: praça da vila.À época da Reconquista cristã da península Ibérica, Pena Sortelha, como então era chamada, constituiu-se em defesa da região fronteiriça, disputada entre Portugal e Castela.


A partir de 1187, D. Sancho I (1185-1211) tomou medidas para repovoar o lugar, e foi o seu neto homónimo, D. Sancho II que concedeu foral à vila (1228), época provável da edificação do castelo. A cerca da vila seria beneficiada por D. Dinis no século XIII que, a partir da assinatura do Tratado de Alcanises (1297), fixou as fronteiras para além das terras de Riba-Côa. No século seguinte, foi erguida uma nova cerca por iniciativa de D. Fernando. No século XV sabe-se que o alcaide do castelo era Manuel Sardinha, sucedendo-lhe Pêro Zuzarte.


Em 1510, D. Manuel I (1495-1521) renovou o foral da Vila, mencionando que os seus habitantes não estavam obrigados a dar hospedaria aos grandes e pequenos do reino, se essa fosse a vontade do povo de Sortelha. Esse soberano também iniciou uma campanha de obras no castelo, dentre as quais subsiste a emblemática manuelina sobre a porta. Em 1522 Garcia Zuzarte tornou-se alcaide-mor. Nesse século ainda, o nobre D. Luís da Silveira, guarda-mor de D. Manuel I e de D. João III (1521-1557), adquiriu o castelo, tornando-se seu alcaide, conferindo-lhe D. João III o título de Conde de Sortelha.
Fonte: www.cm-sabugal.pt

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SABUGAL - GUARDA

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Sabugal é uma Vila Portuguesa pertencente ao Distrito da Guarda.
Falar do Sabugal, é falar de história, do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Este é o Castelo mais alto e imponente de todos os Castelos espalhados pelas diversas Freguesias do Sabugal, é espantoso observar a quantidade de pedra usada nas paredes da sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu. Este é apenas 1 de 5 Castelos pertencentes ao Concelho do Sabugal.


             HISTÓRIA:
O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento populacional, pelo rigor do seu clima.



Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada, artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro), cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.

A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.

As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo (Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho (Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais circulares e rectangulares. Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua cronologia é bastante recuada. São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários. Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a enorme aculturação romana da população indígena local. Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos, visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).
Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar. Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península, procurando novas terras. Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho. Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais (cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente um dos centros populacionais mais importantes da região. Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul, retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal leonês. Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de fronteira com Leão. Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste. O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recém criados: a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227. Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que, praticamente, se manterá até aos nossos dias. A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se deve ao rei D. Dinis e seus descendentes. No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre as duas coroas. Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca, uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos, datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas. O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa). Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos. Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região. No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos seus bens e habitantes. Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias, comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha, mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa região.
Fonte: http://web.cm-sabugal.pt

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VILAR MAIOR - SABUGAL

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Vilar Maior, ficou-nos no coração, não só pela beleza desta aldeia típica de origens rurais, mas sobretudo pela simpatia das pessoas. Neste mundo globalizado, em que as pessoas contam muito pouco, felizmente que estas pessoas que vivem no interior não perderam as suas boas raízes ancestrais, e a genuinidade de serem boas pessoas, que mesmo tendo pouco ainda partilham com os outros. Aqui a solidariedade ainda é uma palavra com valor e significado. 

Chegados ao centro de Vilar Maior logo fomos bafejados pela simpatia de um habitante que ali logo na hora nos convidou a visitar o seu lagar, que por acaso até estava a fermentar vinho doce, e nos deu à prova vinho doce, vinho novo, e jeropiga, e como se isso não bastasse, ainda ofereceu alguns garrafões de vinho pelos companheiros interessados, seguido de uma agradável visita pelo rico e bonito centro histórico, num belo dia soalheiro e quente. 


Com tanta boa energia que nos acompanhava, ainda deu para apanhar com autorização, marmelos, uvas e maças, que abundam por todos os cantos, e as pessoas já nem ligam a tanta fartura que a natureza lhes ofereceu. Pena que as centenas de castanheiros ainda estavam verdes. No final da manhã dirigi-mo-nos para as autocaravanas a fim de almoçar, quando em conversa fomos abordados por duas simpáticas senhoras, que vendo que estava bastante calor, nos disponibilizaram o parque e o refeitório da Santa Casa da Misericórdia desta simpática terra chamada Vilar Maior. Com tão boas instalações, e  um ambiente fresquinho e agradável, e com o castelo ali tão perto, só poderia ser um belo banquete real. Um grande beijinho para as Senhoras da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior de todos nós, Grupo AuToCaRaVaNiStA, pela inenarrável simpatia com que nos acolheram. Muito obrigado Vilar Maior, gostamos muito de vos visitar.

               HISTÓRIA:

A origem de Vilar Maior recua à Pré-História, sobretudo à Idade do Bronze, altura em que se terá instalado ali uma comunidade. Deste período, como atesta Marcos Osório, arqueólogo, num folheto informativo editado pela Câmara Municipal do Sabugal, já foram identificados vestígios cerâmicos e uma espada de cobre. Segundo o mesmo, na época romana o povoado ter-se-á desenvolvido sobretudo pela encosta sul. Durante o século XII, D. Afonso IX de Leão concede-lhe a primeira Carta de Povoamento. Mais tarde, em 1297, é integrada em território português pelo Tratado de Alcanizes. D. Dinis confirma o anterior foral e efectua obras de restauro na fortificação, construindo uma torre de menagem adossada à cidadela primitiva. Em 1510, D. Manuel atribui-lhe um novo foral, de forma a motivar o seu repovoamento. O concelho de Vilar Maior foi extinto em 1855, a par do de Sortelha.




Vilar Maior dispõe de um vasto património edificado, sendo que o castelo do século XIII é certamente a “imagem de marca” daquela localidade raiana. É na parte mais alta da aldeia que se encontram os monumentos mais importantes, das quais se destaca a Igreja Matriz, com um tecto em abóbada, toda construída em granito e dedicada a S. Pedro. O altar-mor é em talha dourada, vinda do convento de S. Francisco da Guarda. Em frente ao altar de Nossa Senhora do Castelo, imagem da roca, uma pia baptismal visigótica vinda das ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo. Do castelo, classificado como imóvel de interesse público, ainda são visíveis as três cinturas de muralhas, ainda que a segunda e terceira cintura tenham sido destruídas pelas guerras. A torre de menagem do castelo é uma das mais altas torres de Portugal.

São ainda pontos de interesse as sepulturas antropomórficas, as ruínas da já referida Igreja Românica de Santa Maria do Castelo, o Pelourinho, a prisão, os solares do condes de Tavarede e dos Quevedos Pessanha, várias capelas (como a Capela de S. Sebastião), o edifício do antigo forno comunitário. Além disso, o aglomerado encontra-se inserido numa região de «profunda riqueza natural», como descreve Marcos Osório. Localizada entre duas ribeiras, no ponto de confluência com o Côa, «possui uma qualidade paisagística excepcional». Este valor natural é complementado pela existência de uma mata de carvalhal negral classificada. Vilar Maior apresenta uma marcada presença judaica, sobretudo pelos sinais hebraicos, inscrições judaicas na igreja matriz e nas casas perto do Largo das Portas, e a sinagoga ostentando o seu imponente altar feito em pedra granítica alisada a cinzel, onde eram guardadas as Leis, ou Torá.
Fonte: Terras da Beira ed. 4 de Setembro de 2003
www.terrasdabeira.com

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VALE LONGO - PONTE MEDIEVAL DE SEQUEIROS - SABUGAL

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A Ponte de Sequeiros é uma ponte medieval de estilo romano, com estrutura única e peculiar, porque existe no final da sua travessia, um arco de fecho que fazia a fronteira entre Espanha e Portugal, no tempo em que estes territórios do Sabugal pertenciam ao Reino de Espanha.
O acesso a este local é bastante estreito, sem margem para cruzamento de 2 veículos, estrada sem saída, e com pouco espaço de estacionamento. Atualmente é uma ponte de uso meramente pedonal numa zona natural muito bonita, com um pequeno parque de merendas e com churrasqueira, embelezado pela passagem do rio Côa. Espaço sem edifícios na zona, e uma natureza ímpar.

                HISTÓRIA:

A Ponte de Sequeiros localiza-se na freguesia do Vale Longo, concelho do Sabugal, distrito da Guarda, Portugal.
Trata-se de uma ponte fortificada por onde passa o rio Côa, no leito do seu rio por baixo da ponte existem grandes afloramentos graníticos, criando uma defesa natural em alturas de inverno em que o seu caudal se avoluma.
A construção provável desta ponte está situada por volta do século XIII. Provavelmente esta ponte seria uma passagem de fronteira antes da incorporação nas terras do Riba-Côa inclusa no Território Nacional pelo Tratado de Alcanizes.


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VILA DO TOURO - SABUGAL

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Vila do Touro é de todas as visitas no Sabugal, talvez a que tem o seu património mais destruído. Refiro-me naturalmente ao seu castelo que tem como maior referencia o arco da porta de entrada do próprio castelo, vislumbrando-se aqui e ali paredes das muralhas. Com uma vista fantástica do alto deste que seria um belo castelo altaneiro, nada mais resta que esta arcada da entrada principal. Destaque ainda para uma fonte real, a fonte gótica de Paio Gomes logo à entrada, bem como outras fontes medievais espalhadas pela aldeia, a Igreja Matriz estilo medieval (mal tratada)com o seu Pelourinho. Tudo para ver mais abaixo. Depois de algumas frutas (uvas e romãs) seguimos em direção à A-23 (sem portagens). Saliento que em portagens, do Porto a Fátima, depois até ao Sabugal com retorno ao Porto, custo ZERO (0€).


                HISTÓRIA:


A vetusta aldeia de Vila do Touro encontra-se implantada a 800 m de altitude, entre dois outeiros: o Cabeço de S. Gens e o Alto do Castelo.
Integra-se numa região de terrenos graníticos, de relevo suave, onde apenas estes dois relevos destacam na paisagem. Deduzimos que a região já era denominada por Tauro na época romana, a partir da referência numa epígrafe encontrada próximo à Abitureira. Este topónimo advém da configuração topográfica elevada dos dois morros da Vila.

A sua posição estratégica permite um amplo campo de visão para norte e poente, ao longo do vale da ribeira do Boi e para nascente, para a meseta e vale do Côa.

A sua localização numa região com abundantes linhas de água e com diversos terrenos irrigados e férteis, ao mesmo tempo, protegida pelos relevos circundantes, permitiu que uma diversidade de comunidades aqui se estabelecesse, desde a Pré-história até aos nossos dias.

Identificam-se alguns vestígios da presença destas culturas. No local foi descoberto um machado de bronze, da Idade do Bronze Final, e é provável que no alto do Castelo tenha existido um povoado que recue a esse período, com continuidade na Idade do Ferro. Nos terrenos do morro identificam-se algumas cerâmicas manuais de tradição antiga. Outros vestígios poderão ter sido arrasados pelas construções militares medievais. 



Conhecemos dois lugares próximos de Vila do Touro com testemunhos de ocupação romana: os Vilares e a Abitureira. No primeiro lugar são identificados abundantes materiais romanos. As inscrições encontradas no Baraçal e na própria Vila do Touro podem ter vindo desta estação arqueológica. Na Abitureira foi encontrada uma inscrição descontextualizada que poderá provir dum lugar ainda ignorado. 

Na época da reconquista a região sofre também o mesmo processo de reordenamento do espaço e da população de todo o Alto Côa. As necessidades militares obrigaram à reocupação do alto dos relevos.

As origens da aldeia recuam ao século XII. Por volta desta altura, a reconquista do território estava já bastante avançada, e agora havia que se defender do inimigo leonês. A nossa progressão, não suscitou a sua aprovação e a região de Touro situava-se na zona instável de fronteira.

Houve então necessidade de definir uma fronteira, de manter o controlo constante dessa linha e de criar uma zona-tampão frente a Leão e Castela. E ela foi-se delineando com os castelos da Guarda. As fortificações de Touro e de Castelo Mendo surgiriam, num segundo esforço, alguns anos mais tarde. Contrapondo à política de Leão e Castela de criar uma raia fronteiriça, apoiada em vilas fortificadas a oeste, além do Côa, nomeadamente com o início da construção da fortaleza de Caria Talaya (Ruvina), do outro lado do Côa (lugar visível à distância do cimo do cabeço de Touro), Portugal tomou o empreendimento de edificar uma fortificação ciscodana, retirando para o seu termo parte do território da Guarda. 

Nasce assim um castelo no cabeço de Tauro, que nunca terá sido totalmente acabado. Desta construção militar, hoje, resta apenas parte do pano de muralha, encavalitado entre as penedias, podendo no entanto, pelos alicerces, ser identificado todo o seu traçado. Uma das portas da muralha ainda é visível, com arco em estilo gótico.



A escolha do local deveu-se sobretudo a questões militares, de modo a garantir as condições mínimas de segurança e defesa do território. Do cimo do morro descortina-se um vasto horizonte, avistando-se mesmo a cidade da Guarda.

A jurisdição desta Vila foi doada pelo Concelho da Guarda aos Templários. D. Pedro Alvites, Mestre dos Templários reforça esta medida concedendo-lhe foral, em 1220, no tempo de D. Afonso II. Vila do Touro torna-se então um importante centro de hierarquia populacional, ganhando importantes funções político-militares, tendo sido sede dum importante concelho medieval que perdurou até às reformas liberais do século XIX (1836).

Deste período datam as inúmeras sepulturas escavadas na rocha encontradas na freguesia. Havia um importante núcleo em torno do adro da igreja Paroquial que hoje se encontra coberto. Nos Vilares são identificadas também algumas sepulturas escavadas na rocha, tal como junto à Fonte do Carvalho; próximo do lavadouro da “Fontinha” e na Junta das Águas. 

Com a assinatura do Tratado de Alcanizes com Castela e Leão, (1297) por D. Dinis, Vila do touro deixa de ter um cunho fronteiriço e perde a sua importância estratégica. Tal como ocorreu em Caria Talaya, a construção do seu castelo não foi concluída. A fortificação nunca mais volta a sofrer qualquer reconstrução ou reparação importante. D. Dinis, nem sequer lhe outorga a confirmação do foral.

D. Manuel intenta dar um novo movimento de restauração com a concessão de novo foral em 1510, de forma a motivar o desenvolvimento económico local. O pelourinho data desse período, bem como muitas das actuais casas de pedra. São abundantes as janelas manuelinas com arco conupial que se identificam pelo casario antigo da aldeia e que provam o dinamismo do século XVI.



Em Vila do Touro ainda se identificam outros testemunhos patrimoniais de interesse: o pelourinho medieval e a fonte gótica de Paio Gomes, o edifício dos Paços do Concelho, a cadeia e o antigo edifício das Repartições, a Igreja Matriz do século XVI e a Capela-Mor da Igreja Matriz (século XVII).

          PELOURINHO:



Enquadramento: Urbano, isolado, situa-se em local plano rodeado por um parque infantil gradeado e na proximidade da Igreja Matriz ( v. 0911390055 ) e de dois chafarizes.

Descrição
Soco constituído por três degraus circulares, onde assenta coluna de fuste circular com base quadrada e encimada por duplo anel. Capitel de secção circular, formado por peça cilíndrica com anel saliente nos extremos e tendo a sua superfície estriada. É encimado pela sobreposição de peça de secção circular e peça em forma de ábaco curvo. Remate em pinha cónica, em forma de gárgula tubular de superfície estriada e terminada por pequena peça cilíndrica.


Cronologia: 

Época Neolítica e do Bronze - identificação de achados avulsos na povoação; séc. 13 - repovoamento promovido por D. Afonso II e doação à Ordem dos Templários, que teriam construído o castelo *1; 1220 - concessão de carta de foral por Pedro Alvites, Mestre da Ordem dos Templários; 1319 - transferência para a Ordem de Cristo, sendo o vigário da paróquia freire professo; 1510 - renovação do foral por D. Manuel; provável edificação do pelourinho; criação da Misericórdia; 1640 - construção de reduto defensivo no Lg. da Igreja; séc. 17, 2.ª metade - hipotética destruição do castelo e saque da vila por gentes da Guarda ( tradição oral ); 1758, 4 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas por Frei António Duarte, a povoação é referida como sendo do bispado da Guarda e comarca de Castelo Branco, pertencente qo rei e com comenda nas mãos do Porteiro Mor; tinha 260 fogos e pertenciam-lhe as povoações de Baraçal, Abitureira, Quinta das Vinhas, Quinta dos Moinhos, Quinta de Roque Amador, Quinta de São Bartolomeu e Rapoula do Côa; 1836 - extinção do estatuto concelhio e integração no concelho do Sabugal; 1980 - 1990 - obras de intervenção.

Tipologia
Arquitectura civil, renascentista. Pelourinho de pinha cónica, apresentando afinidades com o pelourinho de Alfaiates. 
Características Particulares 
Capitel cilíndrico de superfície estriada, encimado pela sobreposição de outras duas peças. Remate cónico em forma de gárgula tubular de superfície estriada.

Dados Técnicos 
Estrutura autoportante



CASTELO DE VILA DO TOURO:



Enquadramento: Cabeço situado a 831 metros de altitude, marcado por afloramentos graníticos ciclópicos, mostrando uma vertente escarpada, sobranceira à Ribeira do Boi. No sopé do lado N. destaca-se a Fonte de mergulho, dita de Paio Gomes, com a abertura em arco quebrado. No lado oposto observa-se o cabeço da Enxércia, onde se ergueu a Capela de São Gens e o Calvário, num vasto barrocal hoje descaracterizado por construções recentes e pela implantação dos depósitos de água. Na vertente S., de pendente mais suave, desenvolve-se a antiga Vila estruturada pela R. Direita, cujo percurso é complementado por duas vias paralelas. Junto à porta de acesso ao castelo, e na continuidade de uma calçada, situa-se a Capela de Nossa Senhora do Mercado, com portal em arco quebrado antecedido por alpendre de provável fábrica seiscentista. Ao lado regista-se uma construção profundamente dissonante. Do castelo avista-se a cidade da Guarda e o castro do Jarmelo, entre outros pontos de referência na paisagem mais longínqua.

Descrição: 


O castelo resume-se ao perímetro da cerca muralhada, apresentando um traçado elíptico muito irregular, porque adaptado a uma base topográfica extremamente acidentada. Por isso, os panos de muralha integram pontualmente os afloramentos rochosos naturais e descrevem um desenho ondulante. Apesar do perímetro muralhado se apresentar completo, o adarve encontra-se já muito destruído. O circuito é interrompido somente por uma porta aberta no lado S., a Porta de São Gens, vão em arco quebrado com dupla fiada de aduelas na face orientada para a Vila e com as impostas marcadas por friso saliente. Conserva ainda os gonzos em cantaria e a abóbada em berço quebrado com o extradorso a descoberto. No interior do recinto regista-se no lado N. a presença das fundações de um edifício de planta rectangular. A par do valor plástico garantido pela presença maciça dos rochedos, a superfície do recinto murado encontra-se revestida por vegetação herbácea e arbustiva espontânea, destacando-se algumas espécies arbóreas, como azinheiras e faias.

Cronologia: 


Época Neolítica e do Bronze - identificação de achados avulsos no local; topónimo derivado de "taurus", provavelmente relacionado com o culto da ganadaria anterior à Nacionalidade; 1218 - D. Afonso II doa à Ordem do Templo a Vila do Touro, com o padroado de todas as suas igrejas e os dízimos de todas as suas herdades; 1220 - concessão de carta de foral à Vila do Touro por Pedro Alvites, Mestre da Ordem do Templo, que refere ser obrigação dos moradores a construção do castelo; 1290 - as Inquirições referem que o castelo foi saqueado e destruído pelo concelho da Guarda; 1319 - transferência da tutela do castelo para a Ordem de Cristo; hipotética intervenção de D. Dinis, talvez relativa à porta em arco quebrado; 1510 - renovação da carta de foral, permanecendo a Vila na posse da Ordem de Cristo; 1527 - no Numeramento, a vila contava com 162 moradores; o castelo estaria já arruinado; 1641 - 1668 - na sequência das Guerras da Restauração os habitantes teriam construído um reduto no Largo da Igreja, também denominado Largo do Reduto (ALMEIDA, 1945); 1758, 4 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo Frei António Duarte, a povoação é referida como sendo do bispado da Guarda e comarca de Castelo Branco, pertencente qo rei e com comenda nas mãos do Porteiro Mor; tinha 260 fogos e pertenciam-lhe as povoações de Baraçal, Abitureira, Quinta das Vinhas, Quinta dos Moinhos, Quinta de Roque Amador, Quinta de São Bartolomeu e Rapoula do Côa; referem, ainda, a existência de paredes muito antigas pertencentes a um reduto "que dizem ser dos mouros'; 1836 - extinção do estatuto concelhio.

Tipologia 
Arquitectura militar: castelo templário apresentando um perímetro muralhado de traçado elíptico muito irregular, integrando afloramentos rochosos e interrompido por uma só porta em arco quebrado. 

Características Particulares 
Caso raro de Castelo sem ter sofrido qualquer intervenção. Perímetro muralhado incluindo uma única porta com dupla fiada de aduelas. Ausência de torres, talvez porque a construção do castelo não chegou a ser terminada.

Intervenção Realizada 


Junta de Freguesia: 1994 - limpeza do recinto intra-muros; 1995 - desentaipamento da Porta de São Gens, pavimentação do acesso com destruição parcial de rochedo, plantação de árvores; 1996 / 1998 - limpeza anual do recinto; 1998 - sondagem arqueológica junto à porta, orientada pelo arqueólogo Marcos Osório da Silva.

Observações 
- a tradição popular relaciona o topónimo Touro com uma lenda que refere a existência de um bezerro de ouro, registando-se a NE. da antiga vila o Ribeiro do Bezerrinho. 

  JANELAS MANUELINAS:



Enquadramento: Janelas inseridas em construções implantadas no início da R. Direita, muito perto do Pelourinho e da Igreja Matriz. As quatro casas apresentam dois pisos, com acesso ao andar sobradado através de escada exterior, formando patamar simples ou balcão. As portas de entrada na zona reservada à habitação conservam as ombreiras e o lintel biselados. Duas das casas encontram-se muito descaracterizadas. Na antiga Vila contam-se outros exemplos de vãos com decoração manuelina, na R. Pedro Alvito e na R. do Pomar.

Descrição 
Na Rua Direita observa-se uma janela com ombreiras biseladas e lintel recto ornamentado com arco conopial. No mesmo lado da via regista-se uma outra janela, dotada de pequeno avental, apresentando lintel recto decorado com duplo arco pleno invertido, circundada por friso contínuo de forma côncava, albergando uma fiada de meias esferas. No lado oposto da R. Direita existem duas casas adossadas onde se conservam duas janelas em arco. A janela de maiores dimensões apresenta arco polilobado, derivado do arco conopial, contando cinco arquivoltas, constituindo a última uma cercadura em forma de cordão. Inclui a simulação de dois colunelos laterais e mostra um entrelaçamento na parte inferior. Na parte superior o remate é composto por pinha decorada com flor-de-lis estilizada. Na casa ao lado a janela apresenta arco contracurvado com três arquivoltas, marcadas também nas ombreiras e peitoril.

Cronologia 
Séc. XVI - provável construção dos edifícios onde se encontram inseridas as janelas, talvez no contexto da edificação do Pelourinho e da renovação da Igreja Matriz.

Tipologia 
Arquitectura civil residencial: pormenor notável. Janelas manuelinas. Janela de lintel recto decorado com arco conopial e com ombreiras biseladas. Janela de lintel recto decorado com duplo arco pleno invertido e circundada por meias esferas. Janela em arco polilobado com cinco arquivoltas, decorada com motivo em forma de cordão, entrelaçamento e flor-de-lis central. Janela em arco contracurvado com três arquivoltas.

Características Particulares
Janelas de lintel recto mostrando apenas o arco insculpido no bloco pétreo. Desenho híbrido dos arcos. Frisos circundantes de forma côncava ou em cordão. Simulação de colunelos laterais, dotados de capitel mas desprovidos de base.

        IGREJA MATRIZ:



Enquadramento: Ergue-se, isolada, num amplo largo formado à entrada do núcleo mais antigo da povoação, junto ao arranque da Rua Direita. Construída sobre plataforma elevada definida por muro e gradeamento à qual se acede através de escadaria *1. Ao lado observa-se um coreto, algumas árvores e o corpo autónomo da torre sineira, muito descaracterizada. Na proximidade desta última, e ainda integrado no recinto murado, eleva-se o Pelourinho, rodeado por um parque infantil. A partir do adro avista-se o cabeço do Castelo.

Descrição 
Planta longitudinal composta pela nave e capela-mor, contando com o adossamento de dois corpos no lado N., correspondentes à sacristia e dependência anexa que integra a capela baptismal, ambas de planta rectangular. Forma um conjunto de volumes articulados, coberto com telhado de duas águas. A fachada principal encontra-se orientada a O., apresentando um pano murário em cantaria delimitado por pilastras laterais e empena angular. Rasga-se aí um portal em arco pleno ( com aduelas estreitas ) encimado por janelão de lintel recto. No alçado lateral S. é legível a descontinuidade entre o corpo da nave e a capela-mor, sendo de destacar nesta última um contraforte sem esbarro, mostrando pedras sigladas. No corpo da nave abre-se uma porta em arco pleno e dois janelões rectos com capialço. 

Na capela-mor conta-se um único janelão de características idênticas. Enquanto isso, no alçado N. abre-se apenas uma porta em arco pleno. O alçado posterior é cego. O espaço interno, de nave única, inclui coro-alto em madeira e tecto em falsa abóbada de berço, também em madeira. No lado N. regista-se o arco pleno de acesso à capela baptismal, bem como o púlpito de planta quadrada, com as faces decoradas por almofadados e assente em coluna de filiação dórica com o fuste canelado. Entre as portas laterais e os janelões observam-se dois altares simétricos, enquadrados por arco pleno caiado e duas pilastras molduradas.

Existem ainda dois altares de ângulo e respectivos retábulos.

O arco triunfal é de volta inteira e conserva junto ao fecho uma Cruz de Cristo incisa. 

Na capela-mor destaca-se o tecto de caixotões pintados, com a figuração dos Apóstolos e Evangelistas, assim como o retábulo em talha dourada e pintada.

Tipologia 
Arquitectura religiosa cultual: igreja de raiz medieval com remodelação quinhentista e alterações posteriores. Planta longitudinal composta pela nave e capela-mor, cobertas com tecto de duas águas. Fachada principal orientada a O., com portal em arco pleno encimado por janelão de lintel recto. Portas laterais em arco pleno. Janelas de lintel recto com capialço. Púlpito renascentista. Arco triunfal de volta inteira. 

Tecto de caixotões pintados na capela-mor. Retábulo do altar-mor em talha do Estilo Nacional. Retábulos laterais em talha de características eclécticas.

Características Particulares 
Presença de Cruz de Cristo no arco triunfal. Espécie de contraforte com pedras sigladas no alçado S. da nave. Portais em arco pleno com aduelas muito estreitas, talvez resultado de uma remodelação algo recente. Altares laterais enquadrados por arco pleno e pilastras molduradas.

Dados Técnicos 
Paredes autoportantes



Materiais 
Granito, cantaria e alvenaria; reboco; madeira; telha de aba e canudo

Intervenção Realizada 
1961- obras de conservação com efeitos descaracterizadores, custeadas por Costa Pina conforme assinalado no local.

Observações 
*1 - existe referência à anterior localização de sepulturas escavadas na rocha no adro da Igreja, que se encontra actualmente cimentado.

*2 - a capela-mor era larga e espaçosa, com paredes de alvenaria caiadas no exterior e rebocadas e pintadas por dentro, com cobertura de madeira e pavimento em ladrilho, com altar de pedra sobre três degraus; no altar, a imagem de vulto da Senhora, num retábulo pintado com várias imagens, mandado fazer pelo comendador; tem arco triunfal pintado e, sobre ele, também pintado, um Calvário; é flanqueado por altares com imagens pintadas nas paredes; a nave é de alvenaria e com portal principal alpendrado; junto à igreja, uma casa onde habitam os clérigos; num canto da nave, a pia baptismal e, afastado,

um campanário de pedra, alto e com dois sinos; refere a paramentaria e livros, bem como a existência de uma cruz de latão velha e um cálice de prata (DIAS, pp. 157-159).
Fonte: http://vila-do-touro.no.comunidades.net

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ALFAIATES - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Alfaiates foi uma boa surpresa, já que a informação que havia não espelhava nem de perto nem de longe a beleza desta terra de tradições, que tem na Capeia Arraiana o seu Ex-Libbris. O interior desta freguesia é uma surpresa a cada recanto, na praça do Pelourinho, da Igreja da Misericórdia, e da sede da Junta de Freguesia, (alguns mamarrachos à parte) parece saído originalmente da época da idade média, o terreno ainda é em terra batida e o quadro visual que se nos apresenta é algo de maravilhoso. Só espero que a Junta de Freguesia de Alfaiates e a C.M. do Sabugal não permitam mais atentados a uma das mais belas praças medievais de Portugal. Se tivesse que haver um palco medieval para filmagens de um filme da época, esta seria a localidade mais genuína de Portugal. Se alguma autoridade deste grande Concelho por acaso ler esta reportagem, atentem neste pedido: Por favor reparem os ainda poucos estragos que existem nesta praça, e não permitam que nas casas a precisar de restauro, se permita uso de cimento, cal ou tinta, ou outros materiais não condizentes com a construção original. O Turismo agradece. Chegou a noite, hora de festejarmos toda a amizade que nos uniu em torno desta fantástica viagem, que começou com a nossa última missão do Grupo AuToCaRaVaNiStA em Fátima, (ver aqui) e seria selada com esta autentica celebração, que foi o jantar de convívio de sábado à noite na Residencial Pelicano. Com um bufete à descrição, que foi na opinião de todos, excepcional, como estávamos bem bebidos, 12 boas garrafas de maduro tinto de 13,5º para 9 pessoas, (os restantes beberam sumos e água) fomos e viemos todos de táxi-ac do nosso companheiro Jorge Fernandes. Pernoitamos aqui, aliás já estávamos aparcados, embora não houvesse muito espaço de estacionamento para as 5 autocaravanas presentes, foi uma noite tranquila, num ambiente majestoso junto ao Castelo. Esta viagem, ficará seguramente gravada na memória dos presentes. Pena que estas viagens apesar de low-coast, nos tempos que correm, só poderem ser feitas 1, no máximo 2 vezes por ano. Já sinto saudades. 

              HISTÓRIA:


Antiga povoação do concelho do Sabugal, Alfaiates pertenceu a Castela durante muito tempo, passando definitivamente para Portugal (como tantas outras desta região) através do Tratado de Alcanizes (1296).
Não se sabe ao certo a origem do seu nome, tendo apenas a certeza de se tratar de um topónimo de origem árabe, devido à sua grafia.
Os romanos ocuparam-na no séc. I d.C. existindo ainda alguns vestígios da sua passagem.
Devido à sua posição geográfica, tornou-se um importante centro para os romanos, tanto a nível militar, como administrativo.
Depois de passar definitivamente para a Coroa portuguesa, D. Dinis concedeu-lhe foral e mandou construir o castelo, que mais tarde, no séc. XVII, foi construído e ampliado.
Castelo:



Mandado construir por D. Dinis. É um pequeno castelo de planta rectangular.

Sofreu obras de beneficiação na primeira metade do século XVII. Foram erguidas novas muralhas e o seu interior foi ampliado. Foi uma fortaleza indispensável no sistema defensivo Alfaiates – Almeida, na pós fundação da nacionalidade.
Hoje, restam algumas ruínas daquilo que foi um importante monumento da Freguesia.
Durante o reinado de D. Manuel I foi construído o pelourinho, que é considerado imóvel de interesse público desde 1933. Foi vila e sede de concelho entre 1297 e 1836.
O facto de Alfaiates ter sido concelho, atesta bem a importância que esta freguesia teve durante muito tempo.

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ALDEIA VELHA - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Aldeia Velha fica logo á frente de Alfaiates, a 1090 metros de altitude, em direção a Aldeia do Bispo, circundada por Lageosa e Forcalhos bem encostadas a Espanha, e também Alfaiates, Soito e Aldeia do Bispo. Esta Aldeia tipicamente rural tem fortes tradições na Capeia Arraiana, alías como todas as aldeias vizinhas do Concelho do Sabugal. À entrada da Aldeia existe um monumento que marca esta tradição, uns metros antes da travessia da ponte romana por onde passa o rio Cesarão. Um estudo indica a Aldeia Velha pertencente à época do neolítico, alguns achados recentes como sepulturas abertas no granito dão conta disso mesmo. depois desta incursão voltamos a Alfaiates para o Jantar e Pernoita. É já a seguir.

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SACAPARTE - MOSTEIRO - ALFAIATES - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

O Mosteiro de Sacaparte fica a cerca de 2, 3 quilómetros de Alfaiates, embora totalmente em ruínas, apresenta ainda as fachadas em muito bom estado de conservação, e não seria de todo, muito dispendioso a sua total recuperação. No espaço tem a igreja, o cruzeiro, fontenários e alpendres para realização de feiras. Local isolado, embora aprazível para uma caminhada à descoberta do Dólmen que fica ali nas imediações, ou simplesmente para um pic-nic em familia. Tem churrasqueira com lavatório, água potável, mesas, e muito espaço ao ar livre ou mesmo  coberto em caso de chuva.

           HISTÓRIA:

Localização: Alfaiates - Sacaparte 
Descrição: Conjunto constituido pela igreja, antiga albergaria adossada, ruinas das dependências conventuais, alpendres de feira, cruzeiro, chafariz, fonte de mergulho e palheiro rústico. 
IGREJA: de planta longitudinal, composta por dois rectângulos justapostos, com anexo de planta rectangular adossado a Sul. Cobertura diferenciada a duas águas. Fachada principal voltada a Oeste desnivelada, com embasamento proemimente, dividida em dois pisos, tendo, no primeiro, portal de lintel recto com pilastras molduradas, encimado por friso desenvolvendo dois motivos voltados simulando frontão que enquadra nicho e marco pleno com abóbada de concha. No segundo,janelão de lintel recto, com peitoril assente em duas mísulas. Remate em empena, com cornija. Alçado N. com embasamento proeminente na nave. Apresenta "janela-oratório" em ressalto, planta trapezoial, adossada à nave, com três janelas de lintel recto com molduras curvilíneas divididas por colunas de capitel compósito, tendo remate com cornija saliente decorada com denticulos e coroamento piramidal. Num segundo registo, duas janelas de lintel recto e moldura simples na nave, uma delas entaipada e janela idêntica na capela-mor. Remate em cornija. Contraforte no cunhal com esbarro em bisel. Alçado S. sem embasamento, tendo na zona da capela-mor, num primeiro registo, vãos de lintal recto com capialço e, no segundo, duas janelas de lintel recto e moldura simples. Remate em empena, com cornija. No cunhal, existem vestígios de marca de arranque de construção. Ao corpo da nave, adossam-se o anexo e sacristia, que , no primeiro piso são rasgados por porta de lintel recto e moldura simples, enquanto o segundo possui fresta e três janelas idênticas. Alçado E. sem embasamento, cego, com remate em cornija. A meia altura, surgem duas misulas. 

INTERIOR: De três naves, formando quatro tramos, divididas por quatro arcos formeios de volta perfeita, assentes em pilares de secção quadrada até um terço da sua altura, sendo depois de secção octogonal. Coro-alto com balaustrada de madeira assente sobre arco abatido e dois arcos plenos. É iluminada, no lado do Evangelho por janela e "janela-oratório". Aí surge o púlpito, assente em mísula voltada  No lado da Epistola, três portas entaipadas. Dois retábulos laterais de talha dourada e policromada. Pavimento em lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço, de madeira. Arco triunfal de volta perfeita encimado por óculo oval, acede à capela-mor, iluminada por três janelas, duas no lado da Epístola. Porta em arco pleno, com duas arquivoltas, acede à sacristia. Pavimento lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço, em madeira pintada com motivos vegetalistas estilizados. Retábulo-mor em talha dourada e policromada. 


RUÍNAS DO CONVENTO: Com planta rectangular, a que se adossam dois corpos, um correspondente à cozinha, de planta rectangular, adossado a E., e vestígios de outro corpo similar, a O.. Ausência de cobertura. Vãos de lintel recto com moldura simples. Alçado E. divide-se em três pisos, com embasamento biselado, o primeiro com duas portas, o segundo com cinco janelas e, no terceiro, janela de sacada com varanda apoiada em três mísulas volutadas, porta e cinco janelas de peitoril. Visivel o arranque do cunhal correspondente ao corpo que estaria adossado. remate em cornija. Corpo da cozinha com dois panos delimitados por pilastras, tendo, no primeiro piso, fresta. remate tripartido com cornija. Corpo da chaminé encimado por pequeno balcão apoiado em mísulas semi-circulares, rematado por miniatura de casa e cobertura a quatro águas em cantaria. Alçado O. sem embasamento, com três pisos separados por friso, sómente na zona de arranque de outro corpo, sendo o primeiro rasgado por porta, o segundo por duas portas, com abertura sobre lintel, e quatro janelas, duas delas entaipadas, tendo o terceiro piso parcialmente ruído, com vestígios de quatro portas. Alçado N. sem embasamento, com dois pisos, o primeiro com porta, elemento que se repete no segundo. Marca do arranque de corpo circular em todo o pé direito. No corpo da cozinha, surge uma janela, ao nivel do segundo piso. Alçado S. sem embasamento, com dois pisos, o primeiro com duas janelas e o segundo com janela de sacada com varanda apoiada em três mísulas voltadas e porta. O corpo da cozinha tem, no primeiro piso, janela, sendo separado do segundo por friso com gárgula semi-circular. A este corresponde o corpo da chaminé. remate em cornija. 

No INTERIOR, não existem as estruturas correspondentes aos pisos. Surgem dois compartimentos, que antecedem arco abatido de acesso à cozinha. Esta integra lavabo com tanque em forma de concha, encimado por carrancas e jarrões e rematado por friso coroado por pinha e volutas. Um púlpito surge na zona do refeitório, com porta em arco abatido e base do balcão apoiada em mísula volutada. 



CRUZEIRO com soco constituido por quatro degraus circulares com focinho saliente, coluna de fuste circular com base anelada, capitel compósito decorado com folhas de acanto, encimadas por quatro cabeças de anjo e quatro quadrifólios. Cruz de hastes rectilíneas com figuração rudimentar de Cristo, apresentando crânio de Adão na base e sendo rematada pela cartela com a inscrição "INRI". 

ALBERGARIA de planta rectangular, com cobertura homogénea a três águas. Fachada principal voltada a N., apresentando embasamento proeminente. Divide-se em dois panos demarcados por pilastras, que evoluem em dois pisos. No primeiro, dois arcos plenos, um deles entaipado e, no superior, duas janelas de lintel recto, com moldura simples e peitoril moldurado, uma delas entaipada. Remate em cornija. Alçado O. com embasamento proeminente, tendo, no primeiro piso, porta de lintel recto, entaipada e, no segundo, três janelas de lintel recto e moldura simples, uma delas entaipada. Remate em cornija. Alçado S. sem embasamento, tendo, no primeiro piso, porta de lintel recto e moldura simples entaipada, sendo o segundo cego. Alçado E. sem embasamento, rasgado no primeiro piso por fresta, sendo o superior cego. 

No INTERIOR, o primeiro piso divide-se em dois compartimentos, com pavimento em terra batida e cobertura em abóbada de aresta, de tijolo, numa delas, e tecto plano em betão. O segundo piso tem igualmente dois compartimentos e cozinha, com pavimento cimentado e cobertura em vigamento de madeira, que sustenta o telhado. 


ALPENDRES DE FEIRA delimitam o recinto no lado Sul, existindo ainda um pequeno conjunto no lado Oeste, ladeado por construção em betão. De planta rectangular, apresentam, no alçado posterior, muro contínuo em alvenaria de granito e, no alçado principal, bancadas contínuas, onde assentam pilares de secção octogonal com capitel de igual secção, que sustentam cobertura a uma água, com telha de canudo. 

Utilização Inicial 
Cultural e devocional: convento (possuia 3 feiras anuais, coincidindo com as festas da Anunciação, Natividade e Assunção; romaria anual com procissão. 

Propriedade privada: Igreja Católica. Época de Construção,Séc. 18. 

              Cronologia: 
Época visigótica - hipotética edificação de capela local, aspecto relacionado com várias lendas; 
Séc. 14 - hipotética reconstrução de capela dedicada a Nossa Senhora de Sacaparte, por iniciativa de D. Dinis; a partir desta época a igreja pertenceu ao padroado real; 
1332 - taxação em 8 libras; 
1603 - D. Filipe I teria mandado edificar um hospital e casa de hospedaria; 
Séc. 18, início - a igreja era administrada pela Câmara de Alfaiates, que nomeava o Ermitão e Mordomo; 
1721 - possuía hospital e casa de romagem ou hospedaria. 
1726 - fundação do convento pelos frades da Ordem dos Agonizantes e (segundo Memória Paroquial) pelos Confrades de Nossa Senhora de Alcante da Fornina, sujeitos ao Ordinário; início das obras do convento.; 
1751 - agregação dos 25 religiosos à Ordem dos Clérigos Regulares de São Camilo de Lellis, vocacionada para serviços de apoio a doentes e peregrinos; 
1752 - abertura de seminário e estabelecimento de ensino médio; 
Séc. 19 - proibição episcopal de romaria, que integrava homens a cavalo, nús da cintura para cima, que percorriam o recinto com tochas nas mãos; 
1834 - com a extinção das ordens religiosas, o convento torna-se posse de um particular (familia Camejo), que o comprou por 800 mil réis, cercando-o com muro alto; do convento restava dois pisos, com cozinha e refeitório no primeiro, sendo dormitório no superior; 
Séc. 19 meados - D Bernardo Beltrão Freire, bispo de Pinhel, proibiu a procissão. 
1885 - aprovação dos estatutos da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo; realização de algumas obras na igreja; 
1996, 7 Outubro - despacho do Ministério da cultura a classificar o convento como IIP. 

Tipologia 
Arquitectura religiosa, barroca, popular. 
- Igreja de planta longitudinal, com três naves, arcos formeiros de volta perfeita, assentes em pilares conjugando secção quadrada e octogonal. Coro-alto assente sobre arco abatido. Talha retabular ecléctica de inspiração rococó. 
- Ruínas do convento, com vãos de lintel recto e moldura simples, janelas de sacada apoiadas em mísulas voltadas. 
- Cruzeiro de caminho, com degraus circulares, com base quadrangular e fusta circular, com cruz com imagem de Cristo esculpida. 

Características Particulares 
"Janela-oratório" de planta trapezoidal, em ressalto, com coroamento piramidal, adossada à nave. Contraforte no cunhal com esbarro em bisel. Abóbada de aresta em tijolo na antiga albergaria. Mantêm-se as estruturas da antiga albergaria adossada, ruínas das dependências conventuais, alpendres de feira, cruzeiro, chafariz, fonte de mergulho e palheiro rústico. 

Dados Técnicos 
Estrutura mista; abóbada de berço, abóbada de aresta. 

Materiais 
Granito; madeira; cantaria, alvenaria; aparelho isódomo; revestimento inexistente e reboco; telha de aba e canudo. 
Intervenção Realizada: 
Comissão de festas de Nossa Senhora de Sacaparte: 
1980/1990 - beneficiação da igreja e antiga albergaria: reparação dos rebocos exteriores e picagem dos rebocos interiores, reparação da cobertura, execução de instalação sanitária e chaminé na antiga albergaria; 
1991 - iluminação do recinto. 
Observações: 
1 - A romaria agradecia a protecção da Virgem na luta contra os castelhanos, destacando-se, na procissão, o desfile dos homens em tronco nu, denominados localmente como encoirados, encaçapos, pelados ou encarrapatos. Existem várias lendas relativas ao nome do Convento, uma delas referindo a batalha em que D. Sancho de Castela desavindo com um fidalgo castelhano (Álvaro Nunes de Lara) travam uma batalha em Portugal, clamando a população local que "sacai-nos a boa parte", ou seja que os livrasse dos malefícios da guerra; outra lenda refere que o fidalgo, durante a batalha, invocara Nossa Senhora, clamando "sacai-nos a boa parte"; daí, o nome Sacaparte. 

Fonte: IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico

 

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ALDEIA DA PONTE - SABUGAL


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Aldeia da Ponte é uma freguesia Portuguesa pertencente ao concelho do Sabugal.
Tal como o nome indica, a ponte Romana é quem dá o nome à aldeia. Nesta zona existe um parque de lazer e também está servido por uma Area de Serviço para Autocaravanas, por sinal muito bem localizada junto à Capela. A aldeia é banhada pelo Rio Cesarão, afluente do Rio Côa, que nesta altura ainda corria manso. Local aprazível para um passeio ou mesmo para um pic-nic em família.

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