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DEAUVILLE - SUR-LE-MER - NORMANDIA - FRANÇA

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Deauville será concerteza a melhor opção para quem vem de Rouen em direção a Caen evitando Le Havre e a ponte da Normandia cuja travessia custa 6€. Chegados ao centro da cidade de Deauville procuramos através de coordenadas a Área de Serviço para Autocaravanas que serve também para pernoita com duração de 24H00 controlado pela policia municipal, na altura um casal de policias muito simpáticos com quem trocamos algum diálogo.

COORDENADAS: N 49º21.432 - E 00º05.072. Tem capacidade para cerca de 8 autocaravanas. O centro da cidade é notoriamente cosmopolita com grandes carros, grandes restaurantes e marisqueiras, grande casino, e tudo à grande e à Francesa.
Deauville pertence ao departamento de Calvados, está a duas horas de Paris, a alguns quilómetros das praias do desembarque dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, e da estação balneária de Deauville. O porto de Deauville tem ligação com Portsmouth, no sul da Inglaterra, e é feita através da companhia Brittany Ferries. 




               HISTÓRIA:

Situada no coração da Normandia, entre o mar e o campo, e distante somente duas horas de Paris, trata-se verdadeiramente de um lugar de elegância e arte de viver à Francesa, Deauville é tudo isso e muito mais.

Palco do festival do cinema americano,  é famosa pelos seus casinos, cavalos, e o pólo.

A calçada feita em pranchas de madeira, e oferece um espetáculo surpreendente onde os raios de sol brincam com as nuvens e o reflexo do mar, e onde se estende um vasto campo de guarda-sóis multicoloridos, cadeiras de praia e as pequenas cabines de madeira. Deauville foi imortalizada nos anos 60 graças ao cineasta Claude Lelouch.

Construída sobre alguns terrenos pantanosos e dunas, Deauville nasceu da imaginação de quatro homens.
Um homem de férias em Trouville (cidade vizinha), em casa do meio irmão de Napoleão III e grande figura da vida parisiense, cobiçaram com o olhar os terrenos alagadiços vizinhos. Os dois homens tornaram-se sócios, e em parceria com um banqueiro e um arquiteto, criaram a primeira “estação balneária ideal” próxima de Paris.


Hoje, um século e meio mais tarde, a magia está mais viva do que nunca. Deauville soube crescer com harmonia, preservando a sua beleza e as suas raízes, tanto culturais como arquitetonicas. Ao seu estatuto de cidade elegante, acrescenta constantemente algo mais às suas qualidades de cidade internacional, moderna e bem equipada, tanto ao nível do turismo de lazer, como reuniões aliando turismo e negócios.



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LE HAVRE - SEINE-MARITIME - NORMANDIA - FRANÇA

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A nossa passagem por Le Havre estava para não acontecer, porque isso levaria-nos a ter que passar pela ponte da Normandia, ou em alternativa passar de Ferry para a outra margem em direção a Deauville que daremos conta a seguir. Passagem pela ponte da Normandia, "portajada" tem um custo de 6€ (2012).
Le Havre, e principalmente o seu Porto de Mar, foi bastante destruída no decurso da 2ª guerra mundial durante a ocupação nazi na década de 1940. A sua maior devastação foi em meados do verão de 1944, em que atingiu o maior grau de destruição com a evasão dos aliados pelas praias da costa da Normandia Foi posteriormente reconstruida por Auguste Perret no pós-guerra. A sua reconstrução levou mais de 20 anos, mas com isto tornou Le Havre, talvez, o maior Porto Comercial de Espanha. A sua cronologia diz-nos que Le Havre é uma cidade Francesa pertencente à região administrativa da Alta Normandia, do departamento de Seine-Maritime. Le Havre é agora a maior cidade da Normandia com 193 000 habitantes, e é desde 2005 classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.


               HISTÓRIA:

Le Havre de Grace foi criada em 1517 pelo rei Francisco I da França após o assoreamento dos portos do estuário do Sena, Honfleur e Harfleur. Em 1820 e 1852 a cidade foi ampliada, primeiro graças ao alargamento da sua muralha e mais tarde a sua demolição. Porto de guerra durante o século XVII, negociação bem sucedida com as ilhas durante o século XVIII e a emigração para a América durante o século IXX, tudo isso contribuiu para uma demografia elevada e um rápido desenvolvimento da cidade de Le Havre. A industrialização que começou cerca de 1920 colocou a cidade em primeiro lugar na Normandia, graças ao mercado mundial de café e algodão.




Em Setembro de 1944, 80% do centro da cidade foi destruído e o porto completamente devastado.


Demorou vinte anos até Le Havre encontrar nova vida. A parte baixa da cidade é agora a maior reconstrução unitária do pós-guerra com 150 hectares de área. A arquitetura diferente em betão, criação de Auguste Perret, oferecendo colunas antigas e paredes de tela de inspiração oriental, abre Le Havre até ao mar. As luzes dos céus de Le Havre são muito valorizadas pelos impressionistas e dão ao espectador uma impressão de amplos espaços.

Le Havre, mais do que uma cidade, um lugar, a ser descoberto!





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DIEPPE - SEINE-MARITIME - NORMANDIA - FRANÇA

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Dieppe é uma cidade Francesa pertencente à Região Administrativa "Alta-Normandia", e ao Departamento de Seine-Maritime. A nossa chegada a Dieppe coincidiu com as comemorações do 1º desembarque das tropas aliadas em 19 de Agosto de 1942 na celebre operação Jubileu ou Rutter, e a reconquista da França aos nazis na operação Overlord em 06 de Junho de 1944 no celebre DIA D.



O enorme espaço relvado mesmo de frente para a praia de Dieppe estava todo ele engalanado com tropas trajados a rigor da época com os seus veículos de guerra e respetivos artefatos, não faltando até venda de diversos objectos pessoais da época, de tudo um pouco estava disponível para os interessados.
Aqui predominam os Canadenses, existe até um cemitério militar, tal como um pouco por toda a Região da Normandia, e que daremos conta aqui dos maiores, e que pertencem aos Americanos e aos Alemães.

                HISTÓRIA:

OPERAÇÃO JUBILEU OU RUTTER:
Foi a primeira tentativa de reconquista da França pelos aliados.
A batalha de Dieppe, também conhecida como Operação Jubileu ou Operação Rutter, foi um ataque dos Aliados ao ocupado porto de Dieppe, durante a Segunda Guerra Mundial. Este ataque aconteceu na costa norte de França, em 19 de Agosto de 1942. O assalto começou às 05:00 da manhã e por volta das 10:50 os comandantes aliados foram obrigados a bater em retirada.


Mais de 6.000 soldados de infantaria, a maioria do exercito do Canadá, que foram apoiados por grandes contingentes da Marinha Real Britânica e da Força Aérea Real. O objetivo era conquistar um grande porto de mar e mesmo para provar que isso era possível, e também para avaliar a resposta Alemã. Os aliados também queriam destruir as defesas costeiras, as estruturas portuárias, e todos os edifícios estratégicos, como casamatas bunkers e baterias.
Nenhum dos principais objetivos do ataque foi alcançado. Um total de 3.623 dos 6.086 homens que combateram em terra foram mortos, feridos ou capturados (quase 60%). A Força Aérea Real não conseguiu atrair a Luftwaffe em luta aberta, perdendo 96 aeronaves contra 48 perdidas pela Luftwaffe, enquanto a Marinha Real Britânica perdeu 34 navios.
A Operação chamada de “Jubilee”, e a incursão em Dieppe, foi a maior operação deste tipo levada a cabo durante a Segunda Guerra Mundial, isto antes da Operação Overlord. Dez grandes unidades militares tomaram parte – a maioria formada por tropas Canadenses. As perdas foram pesadas, e somente uma das formações cumpriu o seu objetivo, mesmo assim a operação teve êxito, já que respondeu a uma questão vital que vinha incomodando os Aliados desde Dukerke, já que perceberam que para derrotar Hitler e tudo que ele significava, teria que ser através de uma invasão da costa Francesa. A questão era: seria possível capturar um porto Francês durante os primeiros dias de invasão? A tentativa de capturar a costa em Dieppe, foi feita por seis batalhões e um regimento blindado da 2ª Divisão Canadense, desembarcando em Puys, Pourville e nas praias de Dieppe, e entre essas duas vilas. Porém, de cada lado da costa havia uma bateria de canhões de defesa, os quais eram capazes de fazer explodir todo o navio que se aproximasse da margem. Para lidar com esse problema, dois Comandos Britânicos foram enviados – o Nº 4 pelo oeste, para destruir as baterias em Vesterival-sur-Mer e Verengeville, e o Nº 3 pelo leste, para destruir os de Berneval.

OPERAÇÃO OVERLORD "DIA D":

Foi o nome código dado à Batalha da Normandia, ocorrida a 6 de Junho de 1944. Conhecida também por “Dia-D“, esta batalha representa o início da retomada Aliada de territórios na Europa Ocidental às forças nazis, na Segunda Guerra Mundial. Sob o comando do general Eisenhower, mais de 185.000 homens e 20.000 veículos aéreos, marítimos e terrestres desembarcam na Normandia, naquela que é considerada a maior operação anfíbia da história.
A decisão política sobre a invasão foi tomada após a derrota russa na Batalha de Estalinegrado. Estudos preliminares para a entrada dos Aliados em território conquistado pelos alemães vinham a ser feitos desde janeiro de 1943 num encontro entre o britânico Winston Churchill e o norte-americano Franklin Roosevelt, em Casablanca, em Marrocos.

Paralelamente, os britânicos mantinham a organização dos célebres “comandos”, cuja missão consistia em incursionar no litoral ocupado pelos alemães, para reunir informações, e ensaiar ao vivo, as técnicas de ataque. Finalmente, as forças aliadas, em nova reunião em Quebec, Canadá, decidiram realizar a invasão através da Normandia no norte de França. Exatamente às 4 horas da madrugada do dia 5, os líderes militares estavam reunidos no quartel-general de Eisenhower, em Southwick House Portsmouth, na Inglaterra. Cabia única e exclusivamente ao comandante supremo tomar a fatídica decisão. Depois de seu “ok”, a Operação Overlord teria início nos primeiros minutos do dia 6, com a aterragem dos pára-quedistas e planadores da 6ª Divisão Aérea Britânica, a Oeste do Rio Orne. A estes, seguiriam-se quase três milhões de soldados, que cruzariam o Canal da Mancha. Os exércitos envolvidos nesta grande operação militar tinham objetivos distintos, que consistiam na tomada de posse das praias, com o nome de código, Omaha e Utah, para os Americanos; Juno, Gold e Sword para as tropas Anglo-Canadenses.

Os soldados alemães apostavam na eficácia no seu “Muro do Atlântico“, a linha de defesa das tropas nazistas, que se estendia desde a fronteira franco-espanhola até à Noruega. O general Rommel havia previsto corretamente o local de desembarque das tropas aliadas, e acabou por tornar difícil a operação de desembarque, para não dizer sangrenta, causando muitas baixas entre os soldados Norte-Americanos e Anglo-Canadenses.


Apesar da feroz resistência nazi, as tropas aliadas conseguiram por fim estabelecer uma sólida cabeça-de-praia no litoral francês, que permitiu a entrada de mais tropas para continuar a retomada. As tropas Alemãs dispersaram-se ao longo da Bretanha em fortalezas costeiras e terrestres, tendo agora a guerra em duas frentes. Era o inicio do temor dos generais Alemães, e o princípio do fim de Hitler e do seu expansionismo pela Europa.
Traduções e arranjos de textos via internet: by jbmendes

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FÉCAMP - NORMANDIA - FRANÇA

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Fécamp é uma cidade pertencente à região administrativa da Alta-Normandia do departamento do Seine-Maritime na costa do Alabastro. Partimos de Dieppe com destino a Fécamp, chegados ao centro da cidade, mesmo em frente do posto de turismo e da marina, deparamos com um grande parque de estacionamento com parqueamento para cerca de 100 viaturas, com área de serviço para autocaravanas integrada, mas com pagamento no abastecimento de água.


Ficamos bastante perto de toda a centralidade da cidade para visita ao Palácio Beneditino e à grandiosa Abadia de Saint-Trinité, as quais fazemos referencia fotográfica aqui no Slide do Portal AuToCaRaVaNiStA. Estamos naturalmente no Alto da Normandia, a descer a costa, e como estamos a acompanhar a evolução da ocupação Nazi, bem como a estratégia de defesa da costa da Normandia com o denominado Muro Atlântico, vamos continuar a explorar a história até ao derradeiro Dia D.

Este Muro de defesa consistia numa barreira de bunkers em cimento armado e aço, construída pelas tropas Nazis com recurso a trabalhadores-escravos que eram obrigados a trabalhar em toda esta estrutura de defesa construída nas falésias, ou mesmo no interior do mar como barreiras para evitar o desembarque das tropas aliadas. Estávamos em plena 2ª Guerra Mundial, e a expansão territorial da tropa Nazi em curso. Atualmente, em toda a linha marítima da Normandia se vêem ruínas ou mesmo bunkers intactos desta mesma defesa do muro do atlântico construída pelos Nazis. Sobre este muro de defesa ainda daremos mais pormenores ao longo de toda a viagem pela costa, que foi o palco do desembarque das tropas aliadas no Dia D, em 06 de Junho de 1945.

              HISTÓRIA:

Emoldurado pelas mais altas falésias da Normandia, Fecamp foi desenvolvido no coração de um vale. A vista panorâmica do Cabo Fagnet, atinge uma altura de 110m acima do mar, a vista panorâmica também abrange a cidade, o porto e falésias.
Semaphore, foi construído sobre as fundações do primeiro farol Fécamp.



A Notre Dame de Hi preserva ainda as oferendas aos marinheiros, o farol e as fortificações.

Durante a 2ª Guerra Mundial, a Wehrmacht construíu o Muro Atlântico e para além dos bunkers, uma estação de radar, a mais importante na costa, e um hospital militar encravado na falésia.




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PENAFIEL - PORTO

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Penafiel é uma cidade Portuguesa pertencente ao Distrito do Porto. Cidade histórica com inúmeros pontos de atração turística espalhados pelas diversas Freguesias que a compõem através da Rota do Românico, a qual fomos à sua descoberta. Aconselha-se também a sua Gastronomia com destaque para o cabrito no forno a lenha, a sopa seca, entre muitos outros.



          HISTÓRIA:

Um brevíssimo olhar sobre o passado de Penafiel,
por Teresa Soeiro: 


Penafiel, com as suas trinta e oito freguesias distribuídas por 212,82 km2, é uma terra antiga no coração do velho Entre-Douro-e-Minho. Ocupando o interflúvio Sousa/Tâmega/Douro, tem solos essencialmente graníticos, ricos de águas e propícios para a exploração agrícola intensiva, nas últimas décadas valorizados também em função de uma importante indústria de extracção de pedra. A sudoeste, as freguesias integram-se no complexo xisto-grauváquico, tornam-se mais extensas, com importantes parcelas de monte, outrora baldio pastoril, hoje florestado. 

Zona intermédia de contacto do litoral com a montanha, em todos os tempos por aqui passavam importantes vias de comunicação inter-regional, terrestres e fluviais. Exemplo das primeiras seria a estrada real que desde a Idade Média ligava o Porto a Trás-os-Montes, geradora do actual centro urbano que, a um dia de viagem, desempenhava papel fulcral no apoio ao trânsito de passageiros e mercadorias. O Douro surgia como indispensável via fluvial de penetração para o interior, com papel mais relevante à medida que nas encostas do Alto Douro se expandia a produção do vinho generoso, que descia nos rabelos até ao Porto. Entre-os-Rios, também a um dia de viagem, cumpria aqui papel idêntico ao da cidade, no apoio aos viajantes e como centro de redistribuição de mercadorias.



Bastante povoado desde a pré-história, como testemunham dezenas de monumentos megalíticos e alguns povoados, no território penafidelense não faltam também sítios castrejos. Monte Mozinho (Oldrões/Galegos), povoado fortificado erguido no dealbar da nossa era será, pela sua extensão e relevância material, um primeiro centro, que, após trinta anos de escavações arqueológicas merece bem uma visita atenta.
Com a consolidação da integração no mundo romano, veremos a população organizar-se em novas formas de habitar, tipificadas em lugares abertos e concentrados, rodeados por terras de lavoura, ou em casais dispersos na paisagem agrícola como ilustram as casas postas a descoberto na Bouça do Ouro (Boelhe). As termas romanas de S. Vicente do Pinheiro, surgidas no início do século XX aquando da construção do actual estabelecimento termal, já destinadas a fins medicinais, podem dar-nos uma imagem dessa permanência milenar da capacidade para identificar e aproveitar os recursos naturais. Também os filões de ouro existentes nos xistos e quartzitos foram explorados na época romana. Um intenso comércio e a circulação de uma moeda comum trouxe a todos estes núcleos grande quantidade e diversidade de produtos artesanais, que materializam a integração cultural, reafirmada por valores fundamentais como a adopção da língua e das formas de ser e de estar da romanidade. 
No século IX a vivência do território é outra, pontificando como nova centralidade a Civitas Anegia, instalada num cabeço sobranceiro à confluência do Tâmega com o Douro, que dominaria extensas terras nas duas margens daqueles rios. A esta Civitas pertencia a futura terra ou tenência de Penafiel de Canas que, no século XI, desmembrada a anterior organização, assumirá por sua vez a capitalidade de um espaço mais reduzido, embrião do actual município.

Neste mundo românico, retratado pelas Inquirições de 1258, deparámos com muitas das actuais paróquias, imersas numa economia agro-pecuária e piscatória que foi longamente dominante. Dos grandes senhorios eclesiásticos destacamos, porque aqui sedeados, os mosteiros beneditinos de Paço de Sousa e de Bustelo, o primeiro ostentando ainda uma magnifica arquitectura românica e dando guarida ao cenotáfio historiado de Egas Moniz de Ribadouro, aio de Afonso Henriques, o segundo profundamente transformado ao gosto barroco, de uma riqueza e monumentalidade ímpar. As casas fidalgas de raiz medieva podem bem ser representadas pela Honra de Barbosa (Rans), com a sua torre sobranceira às terras de cultura, ou pela mais transformada Torre de Coreixas (Irivo).
Os templos românicos de Boelhe, esse divino brinquedo como lhe chamou Miguel Torga, ou o de S. Salvador da Gândara onde se venerava uma cabeça santa muito milagrosa, procurada pelos peregrinos, o de Abragão ou o mais tardio de S. Miguel da Eja, no qual se anuncia já o gótico, o memorial funerário de Ermida (Irivo) são monumentos nacionais.
Por este tempo emergia no território penafidelense uma nova realidade. Na freguesia de Moazares, de cuja igreja românica (Santa Luzia) temos ainda a cabeceira, rodeada por sepulturas escavadas na rocha, surgiu um segundo núcleo forte, instalado à margem da estrada que vinha do Porto e, passado o rio Sousa na medieva ponte de Cepeda, ascendia pela Costeira até atingir o alto. Aqui estaria o local ideal para crescer um aglomerado urbano especializado em serviços aos viandantes, na artesania e venda de manufacturas, no estabelecimento de uma grande feira. Arrifana de Sousa foi o nome escolhido.
Este era um lugar arruado, disposto em banda ao longo da estrada, onde João Correia, um rico mercador da praça do Porto com trato na Flandres, cristão novo ao que se diz, faria erguer a manuelina capela do Espírito Santo, na cabeceira da qual alojou o próprio túmulo, coberto por uma bela placa de bronze lavrado com o seu vulto, trabalho flamengo que fez vir ainda em vida, nos anos iniciais do século XVI faltando por isso completar na gravação da data fúnebre.
Em crescimento, Arrifana assumiu a paróquia, com o orago S. Martinho, e construirá nas décadas de 50 e 60 do século XVI um novo templo, sobre a capela de João Correia, no modelo de igreja-salão com fachada retábulo maneirista. Apesar desta pujança, a terra continuava na dependência administrativa do Porto desde que D. João I a dera àquela cidade como agradecimento pela ajuda à sua causa.
Durante toda a Idade Moderna Arrifana de Sousa cresceu como centro de serviços e terra de muitas indústrias, com uma importante feira anual no S. Martinho, e ampliou a mancha urbana que se estendia já para cotas mais elevadas onde, no início do século XVII, a Misericórdia, uma das mais antigas do país, fará construir a sua monumental igreja. A fidalguia, no entanto, mantinha-se fora da urbe, preferindo habitar os solares ancestrais, que a acumulação de recursos provenientes do aumento da rentabilidade das terras e dos negócios de além-mar permitirá reformar e monumentalizar.
Apenas em 1741, depois de uma persistente insistência junto do poder, a que o Porto sempre se oporá, Arrifana de Sousa ascende à categoria de vila e concelho, composto por duas freguesias, a própria e a vizinha Santiago de Sub Arrifana. Pouco viável, mas orgulhosa da sua autonomia duramente conquistada, a população e a Câmara serão, em 1770, surpreendias pela elevação a cidade, sede de um vasto concelho. Não o haviam pedido, nem sequer foram atempadamente informados desta benesse, atribuída por D. José a 3 de Março, para que aqui se pudesse fixar a sede de um novo bispado que a política pombalina queria destacar do território da poderosa mitra portuense. Mais ainda, por esta determinação régia, Arrifana perderia o seu nome para adoptar o de Penafiel, até então reservado ao concelho cujas justiças estavam ainda formalmente no castelo medieval.

Vila, cidade, sede de comarca e de bispado em menos de trinta anos, foram significativas mudanças que exponenciaram o crescimento desta terra, atingindo ponto alto de prestígio, riqueza e desenvolvimento na segunda metade de setecentos. Depois vieram os tempos conturbados da guerra peninsular, e Penafiel esteve sucessivamente ocupada pelos exércitos francês e luso-britânico, e da guerra civil. Recomposta destes pesadelos, a cidade (cerca de 10% do total da população) e o seu município, agora com a composição territorial definitiva, entrarão, na segunda metade de oitocentos, em novo período de crescimento, assumindo as promessas do progresso fontista. É nesta fase que se fixa o urbanismo que ainda hoje reconhecemos nas ruas, avenidas e praças, com todas as peças prestigiantes como o quartel militar, o cemitério, o jardim público, a praça do mercado, o matadouro, a casa das repartições, o teatro, as escolas, etc., e mesmo o início de um proeminente santuário sobranceiro à cidade, com o seu parque. 
Fonte: www.cm-penafiel.pt

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