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ALDEIA VELHA - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Aldeia Velha fica logo á frente de Alfaiates, a 1090 metros de altitude, em direção a Aldeia do Bispo, circundada por Lageosa e Forcalhos bem encostadas a Espanha, e também Alfaiates, Soito e Aldeia do Bispo. Esta Aldeia tipicamente rural tem fortes tradições na Capeia Arraiana, alías como todas as aldeias vizinhas do Concelho do Sabugal. À entrada da Aldeia existe um monumento que marca esta tradição, uns metros antes da travessia da ponte romana por onde passa o rio Cesarão. Um estudo indica a Aldeia Velha pertencente à época do neolítico, alguns achados recentes como sepulturas abertas no granito dão conta disso mesmo. depois desta incursão voltamos a Alfaiates para o Jantar e Pernoita. É já a seguir.

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SACAPARTE - MOSTEIRO - ALFAIATES - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

O Mosteiro de Sacaparte fica a cerca de 2, 3 quilómetros de Alfaiates, embora totalmente em ruínas, apresenta ainda as fachadas em muito bom estado de conservação, e não seria de todo, muito dispendioso a sua total recuperação. No espaço tem a igreja, o cruzeiro, fontenários e alpendres para realização de feiras. Local isolado, embora aprazível para uma caminhada à descoberta do Dólmen que fica ali nas imediações, ou simplesmente para um pic-nic em familia. Tem churrasqueira com lavatório, água potável, mesas, e muito espaço ao ar livre ou mesmo  coberto em caso de chuva.

           HISTÓRIA:

Localização: Alfaiates - Sacaparte 
Descrição: Conjunto constituido pela igreja, antiga albergaria adossada, ruinas das dependências conventuais, alpendres de feira, cruzeiro, chafariz, fonte de mergulho e palheiro rústico. 
IGREJA: de planta longitudinal, composta por dois rectângulos justapostos, com anexo de planta rectangular adossado a Sul. Cobertura diferenciada a duas águas. Fachada principal voltada a Oeste desnivelada, com embasamento proemimente, dividida em dois pisos, tendo, no primeiro, portal de lintel recto com pilastras molduradas, encimado por friso desenvolvendo dois motivos voltados simulando frontão que enquadra nicho e marco pleno com abóbada de concha. No segundo,janelão de lintel recto, com peitoril assente em duas mísulas. Remate em empena, com cornija. Alçado N. com embasamento proeminente na nave. Apresenta "janela-oratório" em ressalto, planta trapezoial, adossada à nave, com três janelas de lintel recto com molduras curvilíneas divididas por colunas de capitel compósito, tendo remate com cornija saliente decorada com denticulos e coroamento piramidal. Num segundo registo, duas janelas de lintel recto e moldura simples na nave, uma delas entaipada e janela idêntica na capela-mor. Remate em cornija. Contraforte no cunhal com esbarro em bisel. Alçado S. sem embasamento, tendo na zona da capela-mor, num primeiro registo, vãos de lintal recto com capialço e, no segundo, duas janelas de lintel recto e moldura simples. Remate em empena, com cornija. No cunhal, existem vestígios de marca de arranque de construção. Ao corpo da nave, adossam-se o anexo e sacristia, que , no primeiro piso são rasgados por porta de lintel recto e moldura simples, enquanto o segundo possui fresta e três janelas idênticas. Alçado E. sem embasamento, cego, com remate em cornija. A meia altura, surgem duas misulas. 

INTERIOR: De três naves, formando quatro tramos, divididas por quatro arcos formeios de volta perfeita, assentes em pilares de secção quadrada até um terço da sua altura, sendo depois de secção octogonal. Coro-alto com balaustrada de madeira assente sobre arco abatido e dois arcos plenos. É iluminada, no lado do Evangelho por janela e "janela-oratório". Aí surge o púlpito, assente em mísula voltada  No lado da Epistola, três portas entaipadas. Dois retábulos laterais de talha dourada e policromada. Pavimento em lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço, de madeira. Arco triunfal de volta perfeita encimado por óculo oval, acede à capela-mor, iluminada por três janelas, duas no lado da Epístola. Porta em arco pleno, com duas arquivoltas, acede à sacristia. Pavimento lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço, em madeira pintada com motivos vegetalistas estilizados. Retábulo-mor em talha dourada e policromada. 


RUÍNAS DO CONVENTO: Com planta rectangular, a que se adossam dois corpos, um correspondente à cozinha, de planta rectangular, adossado a E., e vestígios de outro corpo similar, a O.. Ausência de cobertura. Vãos de lintel recto com moldura simples. Alçado E. divide-se em três pisos, com embasamento biselado, o primeiro com duas portas, o segundo com cinco janelas e, no terceiro, janela de sacada com varanda apoiada em três mísulas volutadas, porta e cinco janelas de peitoril. Visivel o arranque do cunhal correspondente ao corpo que estaria adossado. remate em cornija. Corpo da cozinha com dois panos delimitados por pilastras, tendo, no primeiro piso, fresta. remate tripartido com cornija. Corpo da chaminé encimado por pequeno balcão apoiado em mísulas semi-circulares, rematado por miniatura de casa e cobertura a quatro águas em cantaria. Alçado O. sem embasamento, com três pisos separados por friso, sómente na zona de arranque de outro corpo, sendo o primeiro rasgado por porta, o segundo por duas portas, com abertura sobre lintel, e quatro janelas, duas delas entaipadas, tendo o terceiro piso parcialmente ruído, com vestígios de quatro portas. Alçado N. sem embasamento, com dois pisos, o primeiro com porta, elemento que se repete no segundo. Marca do arranque de corpo circular em todo o pé direito. No corpo da cozinha, surge uma janela, ao nivel do segundo piso. Alçado S. sem embasamento, com dois pisos, o primeiro com duas janelas e o segundo com janela de sacada com varanda apoiada em três mísulas voltadas e porta. O corpo da cozinha tem, no primeiro piso, janela, sendo separado do segundo por friso com gárgula semi-circular. A este corresponde o corpo da chaminé. remate em cornija. 

No INTERIOR, não existem as estruturas correspondentes aos pisos. Surgem dois compartimentos, que antecedem arco abatido de acesso à cozinha. Esta integra lavabo com tanque em forma de concha, encimado por carrancas e jarrões e rematado por friso coroado por pinha e volutas. Um púlpito surge na zona do refeitório, com porta em arco abatido e base do balcão apoiada em mísula volutada. 



CRUZEIRO com soco constituido por quatro degraus circulares com focinho saliente, coluna de fuste circular com base anelada, capitel compósito decorado com folhas de acanto, encimadas por quatro cabeças de anjo e quatro quadrifólios. Cruz de hastes rectilíneas com figuração rudimentar de Cristo, apresentando crânio de Adão na base e sendo rematada pela cartela com a inscrição "INRI". 

ALBERGARIA de planta rectangular, com cobertura homogénea a três águas. Fachada principal voltada a N., apresentando embasamento proeminente. Divide-se em dois panos demarcados por pilastras, que evoluem em dois pisos. No primeiro, dois arcos plenos, um deles entaipado e, no superior, duas janelas de lintel recto, com moldura simples e peitoril moldurado, uma delas entaipada. Remate em cornija. Alçado O. com embasamento proeminente, tendo, no primeiro piso, porta de lintel recto, entaipada e, no segundo, três janelas de lintel recto e moldura simples, uma delas entaipada. Remate em cornija. Alçado S. sem embasamento, tendo, no primeiro piso, porta de lintel recto e moldura simples entaipada, sendo o segundo cego. Alçado E. sem embasamento, rasgado no primeiro piso por fresta, sendo o superior cego. 

No INTERIOR, o primeiro piso divide-se em dois compartimentos, com pavimento em terra batida e cobertura em abóbada de aresta, de tijolo, numa delas, e tecto plano em betão. O segundo piso tem igualmente dois compartimentos e cozinha, com pavimento cimentado e cobertura em vigamento de madeira, que sustenta o telhado. 


ALPENDRES DE FEIRA delimitam o recinto no lado Sul, existindo ainda um pequeno conjunto no lado Oeste, ladeado por construção em betão. De planta rectangular, apresentam, no alçado posterior, muro contínuo em alvenaria de granito e, no alçado principal, bancadas contínuas, onde assentam pilares de secção octogonal com capitel de igual secção, que sustentam cobertura a uma água, com telha de canudo. 

Utilização Inicial 
Cultural e devocional: convento (possuia 3 feiras anuais, coincidindo com as festas da Anunciação, Natividade e Assunção; romaria anual com procissão. 

Propriedade privada: Igreja Católica. Época de Construção,Séc. 18. 

              Cronologia: 
Época visigótica - hipotética edificação de capela local, aspecto relacionado com várias lendas; 
Séc. 14 - hipotética reconstrução de capela dedicada a Nossa Senhora de Sacaparte, por iniciativa de D. Dinis; a partir desta época a igreja pertenceu ao padroado real; 
1332 - taxação em 8 libras; 
1603 - D. Filipe I teria mandado edificar um hospital e casa de hospedaria; 
Séc. 18, início - a igreja era administrada pela Câmara de Alfaiates, que nomeava o Ermitão e Mordomo; 
1721 - possuía hospital e casa de romagem ou hospedaria. 
1726 - fundação do convento pelos frades da Ordem dos Agonizantes e (segundo Memória Paroquial) pelos Confrades de Nossa Senhora de Alcante da Fornina, sujeitos ao Ordinário; início das obras do convento.; 
1751 - agregação dos 25 religiosos à Ordem dos Clérigos Regulares de São Camilo de Lellis, vocacionada para serviços de apoio a doentes e peregrinos; 
1752 - abertura de seminário e estabelecimento de ensino médio; 
Séc. 19 - proibição episcopal de romaria, que integrava homens a cavalo, nús da cintura para cima, que percorriam o recinto com tochas nas mãos; 
1834 - com a extinção das ordens religiosas, o convento torna-se posse de um particular (familia Camejo), que o comprou por 800 mil réis, cercando-o com muro alto; do convento restava dois pisos, com cozinha e refeitório no primeiro, sendo dormitório no superior; 
Séc. 19 meados - D Bernardo Beltrão Freire, bispo de Pinhel, proibiu a procissão. 
1885 - aprovação dos estatutos da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo; realização de algumas obras na igreja; 
1996, 7 Outubro - despacho do Ministério da cultura a classificar o convento como IIP. 

Tipologia 
Arquitectura religiosa, barroca, popular. 
- Igreja de planta longitudinal, com três naves, arcos formeiros de volta perfeita, assentes em pilares conjugando secção quadrada e octogonal. Coro-alto assente sobre arco abatido. Talha retabular ecléctica de inspiração rococó. 
- Ruínas do convento, com vãos de lintel recto e moldura simples, janelas de sacada apoiadas em mísulas voltadas. 
- Cruzeiro de caminho, com degraus circulares, com base quadrangular e fusta circular, com cruz com imagem de Cristo esculpida. 

Características Particulares 
"Janela-oratório" de planta trapezoidal, em ressalto, com coroamento piramidal, adossada à nave. Contraforte no cunhal com esbarro em bisel. Abóbada de aresta em tijolo na antiga albergaria. Mantêm-se as estruturas da antiga albergaria adossada, ruínas das dependências conventuais, alpendres de feira, cruzeiro, chafariz, fonte de mergulho e palheiro rústico. 

Dados Técnicos 
Estrutura mista; abóbada de berço, abóbada de aresta. 

Materiais 
Granito; madeira; cantaria, alvenaria; aparelho isódomo; revestimento inexistente e reboco; telha de aba e canudo. 
Intervenção Realizada: 
Comissão de festas de Nossa Senhora de Sacaparte: 
1980/1990 - beneficiação da igreja e antiga albergaria: reparação dos rebocos exteriores e picagem dos rebocos interiores, reparação da cobertura, execução de instalação sanitária e chaminé na antiga albergaria; 
1991 - iluminação do recinto. 
Observações: 
1 - A romaria agradecia a protecção da Virgem na luta contra os castelhanos, destacando-se, na procissão, o desfile dos homens em tronco nu, denominados localmente como encoirados, encaçapos, pelados ou encarrapatos. Existem várias lendas relativas ao nome do Convento, uma delas referindo a batalha em que D. Sancho de Castela desavindo com um fidalgo castelhano (Álvaro Nunes de Lara) travam uma batalha em Portugal, clamando a população local que "sacai-nos a boa parte", ou seja que os livrasse dos malefícios da guerra; outra lenda refere que o fidalgo, durante a batalha, invocara Nossa Senhora, clamando "sacai-nos a boa parte"; daí, o nome Sacaparte. 

Fonte: IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico

 

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ALDEIA DA PONTE - SABUGAL


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Aldeia da Ponte é uma freguesia Portuguesa pertencente ao concelho do Sabugal.
Tal como o nome indica, a ponte Romana é quem dá o nome à aldeia. Nesta zona existe um parque de lazer e também está servido por uma Area de Serviço para Autocaravanas, por sinal muito bem localizada junto à Capela. A aldeia é banhada pelo Rio Cesarão, afluente do Rio Côa, que nesta altura ainda corria manso. Local aprazível para um passeio ou mesmo para um pic-nic em família.

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SOITO - OBRAS PADRE MIGUEL - SABUGAL

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Depois de cumprida a 3ª Missão do Grupo AuToCaRaVaNiStA em Fátima, rumamos ao Sabugal para visitar o Soito, terra do Padre Miguel conhecido como o padre milagreiro. A entrada para esta obra de ação social (existem outras) é bastante subtil, é necessário perguntar nas imediações para se chegar lá. Existe mesmo à entrada um enorme Castanheiro Milenar, que está catalogado como de interesse público desde 2004. O castanheiro apesar da idade estava carregado, porém ainda estavam verdes as castanhas. 

Toda esta zona está bem povoada por milhares de castanheiros, marmeleiros, etc. Tudo na via pública à descrição. O que posso atestar aqui, não sei se por vontade divina, ou não, tudo nos correu maravilhosamente bem durante todo este passeio, desde as ofertas que nos fizeram nas entradas das adegas particulares para provas de vinhos e licores, até à simpática oferta da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior, que daremos conta na reportagem a ela dedicada. 


              HISTÓRIA:

Em Novembro de 2001, faleceu o Padre José Miguel. No Funeral, juntaram-se milhares de pessoas para se despedir deste grande Homem, vieram de todos os pontos do país, nem a neve faltou para a despedida... Sabe quem tem fé que ele não nos deixou, certamente está olhando por todos nós e, quem sabe, ajudando muita gente.

Os colegas da escola já o chamavam de " Santinho"...Mas a verdadeira revelação dos «poderes» deste padre, José Miguel Pereira, terá acontecido no Meimão, onde exerceu por mais de 25 anos.
Terá sido uma jovem do Meimão quem desvendou o dom do Padre Miguel, quando procurando ajuda junto de uma senhora de Aveiro, reconhecida pela força do Dom que Deus lhe concedeu, foi avisada " Escusava de ter ido tão longe quando tinha na sua terra um homem «que é maior que todos nós e que tem mais poderes que qualquer um».




Na década de 70, começou a ser visitado por pessoas de todo o Portugal e até do estrangeiro. Procuravam-no, desesperados, em busca de um milagre, geralmente para a cura de doenças graves. Muitos fieis o visitavam apenas para conhecer este Padre, que alguns de nós se atrevem a chamar de Padre Santo.
Ele era de facto, segundo as pessoas que tiveram oportunidade de conviver com ele, uma pessoa de uma generosidade extrema e um Homem de muita fé. Durante a sua vida, foi o autor de muitos milagres dezenas dos quais ainda são relembrados pela sua grandiosidade.
Após exercer durante 25 anos no Meimão, regressou às suas origens, mudou-se para o Soito. Passou a  esta bela terra o destino dos peregrinos, que vinham de todos os cantos da Europa em busca do Padre José Miguel "O Padre Milagreiro"

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SABUGAL

Nota AuToCaRaVaNiStA:

Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.

HISTÓRIA:

O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelaslinhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupaçãohumana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamentopopulacional, pelo rigor do seu clima.Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências àsdesaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), àsescavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénioa.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude einúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), noCabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos decabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destasterras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importânciaregional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóiose do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, asgravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoadosfortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a regiãosuperior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram umagrande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionaiscirculares e rectangulares.Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através daforça dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nestaregião, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foiencontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a suacronologia é bastante recuada. São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, quedemonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam aenorme aculturação romana da população indígena local.Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de CariaTalaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã daPenínsula Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foiconsideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.Câmara Municipal do Sabugalhttp://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendoo equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estasterras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos destaregião, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,procurando novas terras.Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aíum novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias quecomeçavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período dedomínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linhadupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramenteum dos centros populacionais mais importantes da região.Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida comLeão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seuneto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugalleonês.Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho daGuarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordemdo Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras defronteira com Leão.Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de umafortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se umapovoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta doséc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa alturade ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; eVilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227. Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após umainvestida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral possedestas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratadode Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa ficacom a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,praticamente, se manterá até aos nossos dias.A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas porcinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma sedeve ao rei D. Dinis e seus descendentes.No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pelarestauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. OSabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entreas duas coroas.Câmara Municipal do Sabugalhttp://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão denovos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seuscastelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do séculoXVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região àGuarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pelaconstrução de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (jádesaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maiore a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauraçãocontra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até àassinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase trêsdécadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente àCongregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativasdas suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dosMarianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordensmonásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Naderradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, astropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, naBatalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dosseus bens e habitantes.Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touroem 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este municípiopassou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigasVilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossaregião.

Fonte: http://web.cm-sabugal.pt

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Nota AuToCaRaVaNiStA:


Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.


HISTÓRIA:


O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas
linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação
humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento
populacional, pelo rigor do seu clima.





Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às
desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às
escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,
artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),
cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio
a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.





A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e
inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no
Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de
cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas
terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância
regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios
e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as
gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.





As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados
fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo
(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho
(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região
superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma
grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais
circulares e rectangulares.





Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da
força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta
região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi
encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua
cronologia é bastante recuada.





São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que
demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.
Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a
enorme aculturação romana da população indígena local.





Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,
visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria
Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).





Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi
consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.

Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22




Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo
o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas
terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta
região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,
procurando novas terras.





Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí
um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que
começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.





Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de
domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha
dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais
(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente
um dos centros populacionais mais importantes da região.





Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,
retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com
Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu
neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal
leonês.





Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da
Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem
do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de
fronteira com Leão.





Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma
fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma
povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do
séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura
de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.





O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:
a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e
Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227.





Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma
investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse
destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado
de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica
com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,
praticamente, se manterá até aos nossos dias.





A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por
cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se
deve ao rei D. Dinis e seus descendentes.





No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela
restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O
Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre
as duas coroas.





Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22
Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,
uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de
novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus
castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século
XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,
datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.





O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à
Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela
construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já
desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior
e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).





Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração
contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à
assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três
décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.





Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à
Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas
das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos
Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens
monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.





No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na
derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as
tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na
Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos
seus bens e habitantes.





Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,
comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro
em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município
passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas
Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,
mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa
região.


Fonte: http://web.cm-sabugal.pt


COPYRIGHT AuToCaRaVaNiStA


by jbmendes

SABUGAL



Nota AuToCaRaVaNiStA:


Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.


HISTÓRIA:


O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas
linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação
humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento
populacional, pelo rigor do seu clima.





Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às
desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às
escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,
artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),
cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio
a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.





A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e
inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no
Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de
cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas
terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância
regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios
e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as
gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.





As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados
fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo
(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho
(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região
superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma
grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais
circulares e rectangulares.





Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da
força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta
região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi
encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua
cronologia é bastante recuada.





São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que
demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.
Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a
enorme aculturação romana da população indígena local.





Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,
visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria
Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).





Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi
consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.

Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22




Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo
o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas
terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta
região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,
procurando novas terras.





Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí
um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que
começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.





Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de
domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha
dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais
(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente
um dos centros populacionais mais importantes da região.





Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,
retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com
Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu
neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal
leonês.





Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da
Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem
do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de
fronteira com Leão.





Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma
fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma
povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do
séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura
de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.





O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:
a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e
Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227.





Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma
investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse
destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado
de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica
com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,
praticamente, se manterá até aos nossos dias.





A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por
cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se
deve ao rei D. Dinis e seus descendentes.





No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela
restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O
Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre
as duas coroas.





Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22
Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,
uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de
novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus
castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século
XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,
datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.





O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à
Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela
construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já
desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior
e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).





Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração
contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à
assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três
décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.





Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à
Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas
das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos
Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens
monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.





No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na
derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as
tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na
Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos
seus bens e habitantes.





Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,
comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro
em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município
passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas
Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,
mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa
região.


Fonte: http://web.cm-sabugal.pt


COPYRIGHT AuToCaRaVaNiStA


by jbmendes

SABUGAL



Nota AuToCaRaVaNiStA:


Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.


HISTÓRIA:


O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas
linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação
humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento
populacional, pelo rigor do seu clima.





Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às
desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às
escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,
artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),
cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio
a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.





A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e
inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no
Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de
cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas
terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância
regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios
e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as
gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.





As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados
fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo
(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho
(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região
superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma
grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais
circulares e rectangulares.





Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da
força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta
região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi
encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua
cronologia é bastante recuada.





São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que
demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.
Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a
enorme aculturação romana da população indígena local.





Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,
visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria
Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).





Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi
consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.

Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22




Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo
o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas
terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta
região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,
procurando novas terras.





Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí
um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que
começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.





Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de
domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha
dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais
(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente
um dos centros populacionais mais importantes da região.





Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,
retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com
Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu
neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal
leonês.





Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da
Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem
do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de
fronteira com Leão.





Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma
fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma
povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do
séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura
de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.





O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:
a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e
Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227.





Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma
investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse
destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado
de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica
com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,
praticamente, se manterá até aos nossos dias.





A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por
cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se
deve ao rei D. Dinis e seus descendentes.





No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela
restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O
Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre
as duas coroas.





Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22
Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,
uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de
novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus
castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século
XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,
datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.





O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à
Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela
construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já
desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior
e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).





Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração
contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à
assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três
décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.





Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à
Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas
das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos
Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens
monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.





No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na
derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as
tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na
Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos
seus bens e habitantes.





Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,
comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro
em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município
passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas
Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,
mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa
região.


Fonte: http://web.cm-sabugal.pt


COPYRIGHT AuToCaRaVaNiStA


by jbmendes

SABUGAL



Nota AuToCaRaVaNiStA:


Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.


HISTÓRIA:


O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas
linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação
humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento
populacional, pelo rigor do seu clima.





Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às
desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às
escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,
artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),
cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio
a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.





A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e
inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no
Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de
cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas
terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância
regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios
e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as
gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.





As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados
fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo
(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho
(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região
superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma
grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais
circulares e rectangulares.





Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da
força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta
região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi
encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua
cronologia é bastante recuada.





São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que
demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.
Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a
enorme aculturação romana da população indígena local.





Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,
visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria
Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).





Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi
consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.

Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22




Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo
o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas
terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta
região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,
procurando novas terras.





Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí
um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que
começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.





Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de
domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha
dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais
(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente
um dos centros populacionais mais importantes da região.





Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,
retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com
Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu
neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal
leonês.





Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da
Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem
do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de
fronteira com Leão.





Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma
fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma
povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do
séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura
de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.





O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:
a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e
Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227.





Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma
investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse
destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado
de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica
com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,
praticamente, se manterá até aos nossos dias.





A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por
cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se
deve ao rei D. Dinis e seus descendentes.





No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela
restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O
Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre
as duas coroas.





Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22
Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,
uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de
novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus
castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século
XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,
datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.





O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à
Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela
construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já
desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior
e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).





Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração
contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à
assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três
décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.





Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à
Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas
das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos
Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens
monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.





No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na
derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as
tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na
Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos
seus bens e habitantes.





Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,
comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro
em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município
passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas
Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,
mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa
região.


Fonte: http://web.cm-sabugal.pt


COPYRIGHT AuToCaRaVaNiStA


by jbmendes

SABUGAL



Nota AuToCaRaVaNiStA:


Falar de Sabugal, é falar do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Alto e imponente pela quantidade de pedra usada na sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu.


HISTÓRIA:


O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas
linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação
humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento
populacional, pelo rigor do seu clima.





Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às
desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às
escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada,
artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro),
cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio
a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.





A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e
inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no
Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de
cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas
terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância
regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios
e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as
gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.





As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados
fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo
(Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho
(Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região
superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma
grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais
circulares e rectangulares.





Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da
força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta
região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi
encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua
cronologia é bastante recuada.





São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que
demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários.
Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a
enorme aculturação romana da população indígena local.





Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos,
visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria
Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).





Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi
consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar.

Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22




Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo
o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas
terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta
região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península,
procurando novas terras.





Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí
um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que
começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho.





Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de
domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha
dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais
(cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente
um dos centros populacionais mais importantes da região.





Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul,
retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com
Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu
neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal
leonês.





Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da
Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem
do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de
fronteira com Leão.





Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma
fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma
povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do
séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura
de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste.





O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recémcriados:
a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e
Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227.





Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma
investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse
destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado
de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica
com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que,
praticamente, se manterá até aos nossos dias.





A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por
cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se
deve ao rei D. Dinis e seus descendentes.





No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela
restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O
Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre
as duas coroas.





Câmara Municipal do Sabugal
http://web.cm-sabugal.pt Produzido por CM Sabugal Criado em: 16 April, 2010, 00:22
Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca,
uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de
novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus
castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século
XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos,
datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas.





O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à
Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela
construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já
desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior
e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa).





Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração
contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à
assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três
décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos.





Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à
Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas
das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos
Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens
monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região.





No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na
derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as
tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na
Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos
seus bens e habitantes.





Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias,
comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro
em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município
passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas
Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha,
mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa
região.


Fonte: http://web.cm-sabugal.pt


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